Publicado por Tailane Paulino

Pau d’arco é um dos nomes populares das árvores do gênero Tabebuia, conhecidas no Brasil como ipês, e cuja entrecasca é utilizada na preparação de um chá capaz de combater infecções e inflamações.

Esta planta também alivia as dores e age contra o câncer. Mas é preciso tomar cuidado, pois ela apresenta toxidade, se consumida em grandes quantidades.

Conheça mais sobre os benefícios e formas de uso a seguir.

Formas de uso do pau d’arco

O modo mais comum de uso do pau d’arco é no preparo de um chá feito com a parte que fica entre a casca e o tronco da árvore.

Xícara de chá de pau d’arco
O pau d’arco pode ser usado como chá, como tintura e na versão em cápsulas (Foto: Freepik)

É possível encontrar os extratos dessa planta sendo vendidos como tintura ou em cápsulas em lojas de medicamentos fitoterápicos.

Esses dois últimos devem ser usados na dosagem informada pelo médico ou farmacêutico.

Como preparar o chá

Ingredientes 

  • Meia colher (de sopa) de pau d’arco 
  • 1 xícara de água filtrada. 

Modo de preparo

Coloque a erva na xícara e cubra com água fervente. Tampe e deixe por 10 minutos para extrair todas as propriedades medicinais. Em seguida, basta coar e beber o chá.

Propriedades e benefícios

Imagem da árvore do pau d'arco
O pau d’arco alivia os principais sintomas da inflamação: dores, inchaço e vermelhidão (Foto: Reprodução | Wikimedia Commons)

Da entrecasca do pau d’arco é extraído o lapachol, uma substância de coloração amarela e que possui propriedades antiviral, antibacteriana e antioxidante. (1) 

Essa última propriedade é a capacidade de neutralizar compostos conhecidos como radicais livres, que são produzidas pelo desgaste das células e causam diversos danos para a saúde. 

Graças a esse composto, a infusão é considerada um potente antifúngico, diminuindo a proliferação desses micro-organismos (2), é analgésica (3), anti-inflamatória e anti-neoplásica. O que significa que ela impede a multiplicação das células cancerígenas. (4)

Tudo isso faz com que o consumo dela traga vários benefícios para a saúde. Confira os principais.

Trata infecções 

As infecções são doenças causadas por micro-organismos invasores nocivos ao corpo humano. O pau d’arco funciona impedindo a proliferação desses invasores, evitando que se espalhem e atinjam novos tecidos. (2)

O extrato também é eficaz em inibir a proliferação de bactérias, fazendo com que ele tenha potencial antibiótico

Alguns tipos de vírus, como o causador da herpes simples e da gripe, também sofrem redução com o uso do pau d`arco. (5)

Alivia as dores 

O efeito de alívio das dores ocorre graças a ação antinociceptiva da planta.

Isso significa que ela bloqueia os estímulos de dor, fazendo com que não cheguem ao cérebro.

Pau d’arco diminui as inflamações 

Além de aliviar as dores, o pau d’arco também diminui o processo inflamatório. 

O extrato da árvore diminui o inchaço e a vermelhidão, ambos sintomas bem comuns em inflamações e que acontecem por causa do aumento do fluxo de sangue.

Esses sintomas são derivados da tentativa de enviar mais células de defesa para a região a fim de eliminar a ação dos micro-organismos ou substâncias que estão causando a irritação. (3)

Graças a isso os compostos da erva também aceleram a cicatrização de feridas, motivo pelo qual o chá é indicado para o tratamento das úlceras gástricas. (5)

Auxilia no tratamento do câncer 

O pau d’arco tem efeitos antineoplásicos, ou seja, impede que as células comecem a crescer de maneira desordenada, o que dá origem a vários tipos de câncer. 

Contraindicações e cuidados

Mesmo com todos as propriedades medicinais e benefícios, o pau d’arco deve ser utilizado com bastante cautela.

Crianças, mulheres que estejam amamentando e grávidas não devem fazer uso da infusão, principalmente por conta do efeito abortivo da planta. (5)

O consumo em excesso também deve ser evitado, pois pode causar desde exaustão à dificuldade para respirar, além de problemas na coagulação.

Portanto, evite tomar mais do que duas xícaras da infusão por dia.

Referências 

(1) WENCESLAU, João P. S. et al. Novel Lapachol Derivatives and Their Antioxidant Activity. Natural Products Communications, v.1, n.8, p.661-664, 2006. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/288569678_Novel_lapachol_derivatives_and_their_antioxidant_activity. Acesso em: 30 de julho de 2019.

(2) VELÁSQUEZ, J. et al. Antifungal activity of naphtoquinone from Tabebuia serratifolia (Vahl. Nicholson). Ciencia, v.12, n.1, p.64-69, 2004. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/228342212. Acesso em: 30 de julho de 2019.

(3) MIRANDA, Fábio Guilherme Gonçalves de et al. Antinociceptive and antiedematogenic properties and acute toxicity of Tabebuia avellanedae Lor. ex Griseb.inner bark aqueous extract. BMC Pharmacology, v.1, n.6, 2001. Disponível em: https://bmcpharma.biomedcentral.com/articles/10.1186/1471-2210-1-6. Acesso em: 30 de julho de 2019.

(4) ARAÚJO, Evani L. et al. Lapachol: segurança e eficácia na terapêutica. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.12, p.57-59, 2002. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-695X2002000300028. Acesso em: 30 de julho de 2019. 

(5) FONSECA, Said Gonçalves da Cruz et al. Lapachol – química, farmacologia e métodos de dosagem. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.84, n.1, p.9-16, 2003. Disponível em: http://www.rbfarma.org.br/files/RBF_V84_N1_2003_PAG_9_16.pdf. Acesso em: 30 de julho de 2019.