A planta conhecida como abútua é um cipó oriundo da floresta tropical brasileira. Era usado pelos índios tupis como um medicamento natural de combate à malária, e tem caule lenhoso e cilíndrico, folhas longo-pecioladas, alternas-ovadas ou cordiformes, que tem tamanho entre 20 e 30 centímetros. As flores têm 12 pétalas e mais sépalas que são dispostas em racimos ou espigas amareladas.
O fruto é composto por um valor entre 3 e 6 drupas, e tem a polpa vermelha e comestível, bastante agradável, com a presença de uma semente.
O cipó ficou bastante conhecido no ano de 1688 como um excelente medicamento natural de combate à malária, quando foi levado pelos jesuítas para a Europa, mas caiu em desuso devido à sua toxicidade, sendo substituída pelo quinino, ao final do século XIX.
Aplicações medicinais
As partes usadas para fins medicinais são as raízes e o caule, que devem ser colhidos na época de frutificação. A planta tem propriedades tônica, diurética, emenagoga, aperiente, antidispéptica, antiblenorrágica, febrífuga. Pode ser usada no combate à dispepsia, má digestão, tontura, febre, dores, esclerose, nervosismo, cólicas anteriores e posteriores ao parto, menstruação atrasada, corrimento blenorrágico e hidropsia. Ajuda ainda no tratamento de prisão de ventre, dores de cabeça e tonturas oriundas da má digestão, combate aos cálculos renais, cólicas uterinas, reumatismo, entre outros.
Chá
O chá da planta é feito com as folhas e o caule.
Em um recipiente, coloque uma xícara de água e leve ao fogo. Quando começar a ferver, desligue e adicione aproximadamente 2 gramas da planta e tampe. Deixe abafado em repouso por aproximadamente 10 minutos e, em seguida, coe e consuma. A dose indicada é de duas xícaras ao dia.
Contraindicações e precauções
A planta, por ser tóxica, quando usada em quantidades excessivas, pode causar aborto. Além disso, os efeitos de intoxicação envolvem a taquicardia, taquipneia, hipotensão, arritmias e morte.
Dentro das doses recomendadas, não foram encontrados efeitos colaterais. Todavia, a planta está contraindicada para pacientes gestantes ou em fase de lactação.
Importante lembrar também que qualquer tratamento com medicamentos, naturais ou industrializados, deve ser feito somente com orientação, indicação e acompanhamento médico. Nem sempre sabemos, por mais simples que pareça o problema, do que se trata o transtorno, e somente o médico está capacitado para fazer essa avaliação.